quinta-feira, 8 de maio de 2014

Acabei de ler: A Rainha do Castelo de Ar

Olás!

Vocês já ficaram com raiva de um autor porque ele morreu? Eu sim. E o nome dele é Stieg Larsson.

Estou brincando. É claro que eu não tenho raiva dele e vou esclarecer antes que me julguem mal. O jornalista sueco morreu em 2004: ele faleceu muito novo e não posso deixar de pensar na vida que ele ainda tinha pela frente. E mais ainda: não consigo parar de imaginar a quantidade de livros que ele poderia ter escrito, mas não teve tempo de fazê-lo. E tenho certeza de que seriam livros dos quais eu iria gostar muito, como a Trilogia Millenium, a culpada pela falta que sinto da mais remota possibilidade de ler novas obras de Larsson. Podem rir de mim, mas quando comecei a ler o terceiro volume da série, A Rainha do Castelo de Ar, eu propositadamente o fiz muito lentamente, para fazer com que o livro durasse mais, como comer um biscoito recheado por partes para prolongar o prazer de seu sabor...

Bem, li o livro inteiro e senti um vazio enorme quando terminou. Ao mesmo tempo fiquei aliviada por ele ter sido tão bom quanto os outros dois, pois eles foram tão surpreendentes que fiquei com muito receio de ter uma grande decepção. A Rainha do Castelo de Ar é um livro denso, da primeira à última palavra, daqueles que nos mantêm com os olhos colados em suas páginas e, apesar da minha intenção em retardar ao máximo seu término, depois de três capítulos a minha resolução tinha ido pras cucuias. É impossível parar de ler a estória que agora envolve não apenas Lisbeth e Michael, mas muitos outros personagens. Ela dança magistralmente entre passado e presente sem perder o fio da narrativa e cada personagem é criado minuciosamente, com uma história de vida que não necessariamente está explícita, mas está ali, nas entranhas e o torna real, quase palpável. 

São tantos detalhes importantes que é impossível contar um livro em um único post. Ele deve ser lido. A trilogia deve ser lida. Só assim será possível entender e sentir aquilo que estou tentando dizer. Não basta apenas dizer que são três livros cujos temas principais são bem pesados, como a exploração e a violência sexual contra mulheres, intrigas, corrupção e assassinatos. 



Eu não lia um livro que envolvia tão bem suspense e crimes há muito, muito tempo. Talvez nunca tenha lido. Talvez nunca mais leia já que, voltando ao início do post, Stieg não está mais entre nós. Para não dizer que nada mais lerei algo que envolva seu nome, encontrei por acaso sua biografia, escrita por Jan-Erik Pettersson. Pelo que ouvi dizer, sua vida não é menos interessante que seus livros.

E nas minhas andanças pela internet encontrei este artigo, datado de 2013, onde acende-se a possibilidade da saga ter continuidade mesmo sem Larsson. Vamos aguardar.

PS: Depois que terminei de ler o livro, vi a versão hollywoodiana o filme Os Homens que Não Amavam as Mulheres, o primeiro da trilogia Millenium, com Daniel Craig e Rooney Mara (que ganhou o Globo de Outro como Melhor Atriz em Filmes de Drama). Na minha opinião não é propriamente o que eu classificaria como um filme ruim e sei que adaptações cinematográficas nunca representarão exatamente aquilo que lemos nos livros, mas sinto-me na obrigação de dizer que o roteiro em questão não conseguiu sequer dar uma noção da profundidade dos enredos. Mesmo com a atuação brilhante de Mara, senti como se estivesse assistindo apenas a uma sequencia de trechos que em momento algum foram ligados entre si. Já que me disseram que a trilogia sueca é muito melhor, estou disposta a tentar assim que eu a encontrar, mas vou sem expectativas, já sabendo que livro e filme são duas coisas beeeem distintas.


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